Este domingo (26/9) é um dia importante para a Venezuela. Estão anunciadas as eleições para escolher 165 membros do Parlamento, e em torno do importante evento se trava uma histórica batalha.
Mas ao mesmo tempo, as noticias sobre as condições climáticas são desfavoráveis. Fortes chuvas estão castigando a terra que foi o berço do Libertador.
As chuvas excessivas afetam os pobres mais do que a qualquer outro. São os que têm as casas mais modestas, vivem nos bairros mais esquecidos historicamente, com difícil acesso, ruas ruins, e menos trânsito. Quando as águas invadem seus lares, perdem tudo. Eles não dispõem das casas cômodas e seguras dos ricos, suas amplas avenidas e abundantes meios de transporte.
Não se trata de uma eleição presidencial. Nas eleições exclusivamente parlamentares, a população se mobiliza pouco e ocorre frequentemente a diminuição de sua importância.
Em geral, onde o imperialismo domina e a oligarquia oportunista recebe uma parte substancial dos bens e serviços nacionais, as massas não têm nada a ganhar ou perder e ao império, as eleições não preocupam nem um pouco. Nos Estados Unidos, nem sequer as eleições presidenciais mobilizam mais de 50% dos que têm direito a votar.
Por que, ao contrario, seus enormes recursos midiáticos se voltam desta vez contra a Venezuela e a submetem a um implacável bombardeio de mentiras e calúnias contra o governo revolucionário bolivariano?
Não tentarei amontoar argumentos para persuadir um povo valente e digno como é o da Venezuela. Vi as mobilizações populares e o fervor de milhões de pessoas, especialmente as mais humildes e combativas, que tiveram o privilégio de viver uma etapa nova na história de seu país, que devolveu ao povo os fabulosos recursos da Venezuela. Sua Pátria já não é uma nação de analfabetos, onde milhões de homens, mulheres e crianças sobreviviam na extrema pobreza.
Não lhes falarei de uma experiência que Cuba viveu, da qual falam 50 anos de resistência heróica frente ao bloqueio e os repugnantes crimes do governo dos Estados Unidos.
Digo-lhes simplesmente o que eu faria se fosse venezuelano.
Enfrentaria as chuvas, e não permitiría que o império tirasse nenhum proveito delas; lutaria junto a vizinhos e familiares para proteger as pessoas e seus bens, mas não deixaria de ir votar como um dever sagrado: em qualquer hora, antes da chuva, debaixo de chuva ou depois da chuva, enquanto haja um colégio aberto.
Estas eleições têm uma importância enorme e o império sabe: Quer subtrair força à Revolução, limitar sua capacidade de luta, privá-la de duas terças partes da Assembleia Nacional para facilitar seus planos contrarrevolucionários, incrementar sua vil campanha midiática e continuar arrodeando a Venezuela de bases militares, cercando-a cada vez mais com as letais armas do narcotráfico internacional e da violência.
Se existem erros, não renunciaria jamais à oportunidade que a Revolução oferece de retificar e vencer os obstáculos.
Se eu fosse venezuelano, ainda que sob raios e trovões lutaria até a medida do impossível para transformar o 26 de setembro em uma grande vitória.
FONTE: OPERA MUNDI - 26/09/2010 (http://operamundi.uol.com.br/opiniao_ver.php?idConteudo=1249)
Nenhum comentário:
Postar um comentário